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Duo Raul de Sá & Benoit Decharneux.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

MARCUS FLEXA.

Marcus Flexa pertence àquela classe de talentos que salta aos olhos.  No caso dele, principalmente, aos ouvidos.  

Músico talentosíssimo, dotado de proficiência criativa poderosa, dádiva concedida a poucos, na profissão. Um de seus vários bordões:  "Tenho mais de duas mil Músicas, embaixo do sofá!".  Não sei se embaixo, dentro, atrás, enfim, e pelo jeito, já havia passado de quatro mil composições.  Não duvido.

Ele foi um dos primeiros Músicos que conheci, quando cheguei a São José dos Campos.  Foi através dele que tive contato e me tornei conhecido, no cenário musical da cidade.  Meu "dèbut", foi em um Show no SESC daqui,  onde integrei, com a maior alegria e prazer, a Banda montada pelo Flexa para um evento musical.  Acho que o ano era 1982.  Não tenho certeza.

Daí em diante, tínhamos maior ou menor contato, dependendo dos trabalhos que surgiam. Foi através dele, também, que fui apresentado à Banda Casablanca, montada pelo Chico Oliveira, que eu já conhecia do INPE e de uma "canja", no antigo Bar e Restaurante Chaminé.
Também nos revezávamos, Flexa e eu, como Pianistas no antigo Restaurante "417", que ficava na Av. 9 de Julho.

Um tempo depois, ele saiu da Casablanca e eu continuei.  Mas, sempre mantínhamos contato na medida do possível.

Era um Músico que (perdoem a expressão), ao entrar no banheiro, saia de lá com duas ou três Músicas já prontas.  Literalmente.   Cansei de ouvi-lo me contar:  "Raulzão, esta daqui eu compus ontem, em mais um 'momento de inspiração' ".  E dava risada.

Versátil em demasia, até. Multi- Instrumentista.  Difícil dizer qual era seu Instrumento "de fé".   Tocava e compunha no Teclado, Violão, Guitarra, Contrabaixo, Saxofone, etc.   Nasceu predestinado para a Música.  Talento natural.  Assim como seu talento para ser "Do Bem" e para suas "tiradas engraçadas" que faziam parte do seu folclore pessoal.   Como me contou, recentemente, Benoit Decharneux.  Músico competentíssimo, Guitarrista Maravilhoso e grande Parceiro.

Certa vez, o Benoit já havia terminado seu serviço e, na volta para casa, passou pela porta de um antigo Boteco chamado "Aconchego".  Lá estava o  Flexa, de Guitarra, acompanhando a Dola, Cantora tarimbada, das noites joseenses.  Logo ao entrar, diz ele, notava-se algo diferente, estranho, no som.  Só não tinha certeza do que era.   Ao final de uma seleção de músicas, quando o Flexa pousou a Guitarra no suporte, descobriu-se o mistério daquele "Som Estranho...". Olhando bem, ele viu que a Guitarra só estava com QUATRO cordas!   Quase a noite inteira, tocando daquele jeito!  Não que estivesse ruim.  A competência do Flexa jamais permitiria uma performance abaixo do seu padrão.  Mas...estranho.
 Vira-se o Benoit pra ele diz, como quem está dando bronca:

-"Pô, Flexa!  Como é que você me aparece pra acompanhar a Dola, só com QUATRO cordas na Guitarra, rapaz????" E o Flexa, olhando pra Guitarra no suporte, de volta pro Benoit, sorrindo e diz baixinho:
-"Pois é, Benoit, mas, também, esse 'buteco" aqui tá me pagando uma 'merreca'!!!".

Quatro cordas estava bom até demais! rsrsrsrsrsrs

Saudades, Flexa.   Seu Talento inspirou muita gente e você trouxe muitas alegrias com o seu jeito de ser.

Que Deus te receba com muito Amor e Carinho.  Você merece, véio!

Um comentário:

Rossana Masiero disse...

Uma família de literatos, além de artistas.
Sério mesmo, eu adorei, fado dos teclados e canetas.
É a cara do Flexa.

Vou compartilhar.
Rossana

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