UMA PRÁTICA BASTANTE
SAUDÁVEL: “TIRAR” MÚSICAS.
Quem trabalha
com Música e atua na área de Bailes, Eventos Corporativos, Casamentos,
Aniversários, etc., sempre irá se deparar com a tarefa de executar, em seu
repertório, a chamada “Cover Music”. Principalmente nos Bailes, em que o
público interage diretamente com a Banda, é necessário que haja o imediato
reconhecimento e identificação, por parte da audiência, do que está sendo
tocado. Se for muito diferente do
“original”, a que a platéia está acostumada, a pista não fica cheia.
Por isso é que, em meus tempos de Banda de Baile, eu ficava
por horas e horas, em frente ao gravadorzinho mini-cassete, ouvindo por várias
vezes, para “tirar” a Musica nova para entrar no repertório.
Bem entendido,
tudo isso era nos casos em que não havia arranjo escrito da maioria das Músicas. Aquelas “ da parada
“ de sucessos, tinham que ser incorporadas ao repertório na base do “ ouvir e
tirar “. Nem todos os Músicos de Baile,
liam fluentemente. Geralmente se
recorria ao seguinte: “ Cada um ouve a
fita, e tira a sua parte “. E mãos à
obra! Quantas vezes me lembro de ficar
em frente ao gravador, ouvindo e voltando a fita, milhares de vezes, para
acertar aquele determinado trecho que eu ainda não havia entendido e, de novo,
de novo, até ter a certeza. Muitas vezes
era isso e mais: Transpor para o tom do Cantor ou Cantora, que não cantava no
tom original. O “Maestro”, nesses casos,
era mais para coordenar o ensaio e se escrevia, era somente para arranjos mais
elaborados ou as chamadas “ medleys “, seqüências de várias Músicas, emendadas
umas nas outras, como por exemplo: Ray
Conniff. Este, garantia de pista cheia,
entre a galera de mais idade. Havia
ocasiões em que a fitinha cassete chegava a arrebentar, de tanto que a gente ia
e voltava, com ela, para tentar “ tirar “ certinho, nos mínimos detalhes. Tecladista, então, ainda tinha que ouvir mais
atentamente, por causa dos timbres utilizados, que não eram poucos. Barra! Rs
Raramente havia disponibilidade de partituras. O Maestro não se dava ao trabalho de escrever
as popzinhas e “ de três acordes “, da parada de sucessos. “... - essas porcarias aí vocês ‘tiram’ com
um pé nas costas”! Dizia. E a gente se virava para aprontar as
“porcarias”. Rs
Hoje em dia, está tudo uma beleza! Com a nova tecnologia, que já aposentou o
gravador cassete e muitas outras coisas, cada Músico pode carregar um
repertório inteiro, no seu próprio telefone celular e ouvir quantas vezes
precisar, sem “arrebentar a fita”. Mas nada irá substituir a prática do “toca,
para, volta, toca, ouve…”. Mesmo
havendo, atualmente, muito mais disponibilidade de partituras, entre os Músicos
e na Internet, para aquelas “porcarias “ (e, hoje em dia, existem em maior
número do que nunca), ainda não inventaram coisa melhor. A não ser o “ play-back “. Rs.
É muito bom, porque ajuda a educar o ouvido, a percepção
musical e acostuma o Músico a ouvir de tudo, nem que seja obrigado. Uma experiência que, mais tarde, será de
grande valor para qualquer ramo da Música a que ele se dedicar. Experimentem e verão.